🔝 🎬 «CARAMELO» 2007 (Sukkar banat). Diretora: Nadine Labaki. 💃🌷 O cotidiano de CINCO MULHERES EM BEIRUTE. Quatro delas trabalham juntas em um salão de beleza. NISRINE (Elmasri), noiva de BASSAN (Antar), com a proximidade do casamento, preocupa-se por não ser mais VIRGEM! JAMALE (Aouad), é parte de seu tempo modelo, morando com os filhos e possui obsessão em parecer mais jovem do que realmente é. RIMA (Moukarzel), sente-se atraída por uma de suas clientes, SIHAM (Safa). LAYALE (*diretora do filme - Labaki), encontra-se enamorada de um HOMEM CASADO. Uma velha senhora, ROSE (Haddad), que trabalha como alfaiate, acaba sendo cortejada por um cliente, mas ao mesmo tempo não pode deixar de se devotar a irmã demente, LILI (Semaan). LAYALE desperta a paixão secreta de um policial.
📌 LABAKI optou pela COMÉDIA DE COSTUMES para tratar do espinhoso tema da SUBMISSÃO FEMININA e da cultura extremamente PATRIARCAL imperante no LÍBANO em meio a uma relativa permissividade e ocidentalização dos costumes. Se a opção pelo tom leve, mesmo que permeado por momentos dramáticos, tende a afastar a sombra do filme didático-militante, tampouco deixa de carregar consigo um certo tom de ’déjà vu’, centrado em histórias múltiplas que se desenvolvem a partir de uma poética do cotidiano.
📌 O preço a ser pago pela condição feminina, mesmo que diretamente vinculado às figuras masculinas no caso de duas das personagens, NISRINE que se submete a uma cirurgia de reposição do hímen para salvar o seu futuro casamento e, sobretudo, LAYALE, que arruma com muito esforço um esquema clandestino para uma festa surpresa de aniversário para o amante casado que acaba não ocorrendo, o filme tampouco deixa de apontar outras facetas da opressão. Trata-se seja da abdicação de um amor na maturidade pela opção de cuidar da irmã, no caso de ROSE, dos limites impostos a ’sensibilidade lésbica’ na relação sublimada de RIMA com sua cliente ou na pressão social intensa para a manutenção da juventude por parte de JAMALE.
📌 LABAKI busca fugir da estratégia da VITIMIZAÇÃO, demarcando relações onde não apenas se torna imperativa a pressão social intensa de códigos excessivamente voltados para o universo masculino, mas igualmente as contra estratégias ou opções tomadas pelas mulheres, que são diferentes em cada caso. Ainda que a submissão final ao que se espera dessas mulheres seja a tônica, a aproximação de LAYALE do policial apaixonado por ela parece apontar com ESPERANÇA para possibilidades outras, que fogem da reprodução dessa submissão. #magiadoreal
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Sukkar banat (no alfabeto árabe سكر بنات; br: Caramelo, título internacional Caramel) é um filme do Líbano lançado em 20 de março de 2007 no Festival de Cannes. É o primeiro filme dirigido pela atriz Nadine Labaki. O título refere-se a um método de depilação comum no Oriente Médio que consiste em aquecer açúcar, água e suco de limão. Labaki também insinua simbolicamente a “ideia de doce, salgado e amargo“ e que as relações quotidianas podem ser problemáticas, mas que ao fim o sentimento de irmandade compartilhado pelas personagens centrais prevalece. Layal (interpretada por Nadine Labaki) trabalha num salão de beleza em Beirute junto com duas outras mulheres. Cada uma delas tem um problema: Layal tem um relacionamento com um homem casado; Nisrine (Yasmine Al Masri), que não é mais virgem, vai se casar em breve e Rima (Joanna Moukarzel) sente atração por garotas. Jamale (Gisèle Aouad), uma cliente assídua, está preocupada com o envelhecimento. Rose (Sihame Haddad), uma costureira cuja oficina localiza-se ao lado do salão, é uma velha senhora que dedica sua vida para cuidar da irmã mais velha Lili (Aziza Semaan), e encontrou seu primeiro amor. O filme não faz referências aos problemas políticos do Líbano, Labaki foca seu enredo nos problemas do dia-a-dia.
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